19 de Março: São José, Padroeiro da Igreja Universal
- Blog Schola Cantorum
- 14 de mar. de 2018
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SÃO JOSÉ, ESPOSO DA SANTÍSSIMA VIRGEM, PADROEIRO DA IGREJA
(19 de março)
CUSTODIO DE JESÚS. Himno a San José.
A devoção a São José na Igreja Católica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa desde o século IX, tendo os Carmelitas introduzido tal festa na Igreja ocidental. Os Franciscanos em 1399 já festejavam a comemoração do santo Patriarca. Sisto IV inseriu-a no breviário e no Missal; Gregório XV generalizou-a em toda a Igreja. Clemente XI compôs o ofício com os hinos para o dia 19 de março e colocou as missões da China sob a proteção de São José. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do Patrocínio de São José e, em 1871 declarou-o PADROEIRO DA IGREJA CATÓLICA; Leão XIII e Bento XV recomendaram aos fiéis a devoção a São José de um modo particular, chegando este último Papa a inserir no Missal um prefácio próprio.
Nada sabemos a respeito da infância de São José, tampouco da vida que levou, até o casamento com Maria Santíssima. Os santos Evangelhos não nos dizem coisa alguma a respeito; limitam-se apenas a afirmar que José era justo, o que quer dizer: José era cumpridor da lei, homem santo.

Ao realizar-se a grandiosa obra da Encarnação do Verbo, o Arcanjo Gabriel comunicou-se o grande mistério, que nela se havia de realizar e, após pronunciar o “fiat”, consentindo sua maternidade operada pelo Espírito Santo, deixou São José em completa ignorância. Com esse consentimento, dirigiu-se à casa de Isabel, onde se demorou três meses e, de volta para casa, seu estado causou no espírito de São José as mais graves preocupações e cruéis dúvidas. A virtude e a santidade da esposa estavam acima de qualquer suspeita, não lhe permitindo explicação menos favorável.
Nesta perplexidade invencível, resolveu abandonar a esposa e, quando tudo já estivesse providenciado para a partida, um Anjo do Senhor lhe aparece em sonhos e lhe diz: “José, filho de Davi, não temas admitir Maria, tua Esposa, porque o que nela se operou é obra do Espírito Santo”. Foram assim de vez dissipadas as negras nuvens do espírito de José. Com quanto respeito, com quanta atenção não teria tratado aquela que pela fé sabia ser o tabernáculo vivo do Messias.
Ignora-se quando São José morreu. Há razões que fazem supor que o desenlace se tenha dado antes da vida pública de Jesus Cristo. Certamente não se achava mais vivo quando seu Filho morreu na cruz; do contrário não se explicaria porque Jesus recomendou a Mãe a São João Evangelista, não havendo razão para isto se estivesse vivo São José.
Que morte santa terá tido o pai nutrício de Jesus! Que felicidade morrer nos braços do próprio Jesus Cristo, tendo à cabeceira a Mãe de Deus! Mortal algum teve igual ventura. A Igreja, com muita razão, invoca São José como padroeiro dos moribundos, e os cristãos se lhe dirigem com confiança, para alcançar a graça de uma boa morte.
Não existem relíquias de São José, tampouco sabe-se algo do lugar onde foi sepultado. Homens ilustrados e versados nas ciências teológicas houve e há que defendem a opinião que São José, em atenção a sua alta posição e grande santidade, foi, como São João Batista, santificado antes do nascimento e já gozava de corpo e alma da glória de Deus no céu, em companhia de Jesus, seu Filho e Maria, sua Santíssima esposa.
Grande deve ser a nossa confiança na intercessão de São José. Não há pessoa nem classe que não possa, que não deva se lhe dirigir. Santa Teresa, a grande propagandista da devoção a São José, chegou a dizer: “Não me lembro de ter-me dirigido a São José sem que tivesse obtido tudo que pedira”.
(Texto extraído de “Na Luz Perpétua”, do Pe. J. B. Lehmann,
e disponível na Página Oriente)
Liturgia da Festa de São José
SÃO JOSÉ, ESPOSO DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, PADROEIRO DA IGREJA
1ª Classe – Paramentos Brancos
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4ª Feira da 2ª Semana da Quaresma, clique aqui.
Epístola: Livro do Eclesiástico 45, 1-6.
Amado de Deus e dos homens, a sua memória é abençoada. Deu-lhe uma glória igual à dos santos, tornou-o grande e temível aos inimigos, e à voz da sua palavra cessaram os castigos. Glorificou-o na presença dos reis, preceituou-lhe a Lei para o seu povo, e deixou-lhe ver um vislumbre da sua glória. Pela sua fé e pela sua mansidão, consagrou-o e escolheu-o de entre todos os homens. Fez que ele ouvisse a sua voz, e introduziu-o na nuvem. Deu-lhe, face a face, os mandamentos, como lei da vida e modo de a levar.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 1, 18-21.
Estando Maria, Mãe de Jesus, desposada com José, aconteceu que ela, antes de coabitarem, concebeu por obra do Espírito Santo. José, seu esposo, que era justo e não a queria difamar, resolveu deixá-la secretamente. Ora, andando ele com isto no pensamento, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo: “José, filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria como tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho, a Quem porás o nome de Jesus, porque é Ele que salvará o seu povo dos seus pecados.”
Traduções das leituras extraídas do Missal Quotidiano por Pe. Gaspar Lefebvre OSB (beneditino da Abadia de Santo André) – Bruges, Bélgica: Biblica, 1963 (com adaptações).
Comentário ao Evangelho do dia: Bento XVI, Papa de 2005 a 2013
São José, modelo de escuta.
O seu silêncio [o de São José, n.d.r.] é permeado de contemplação do mistério de Deus, em atitude de total disponibilidade à vontade divina. Em síntese, o silêncio de São José não manifesta um vazio interior mas, ao contrário, a plenitude de fé que ele traz no coração, e que orienta todos os seus pensamentos e todas as suas ações. Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, conserva a Palavra de Deus, conhecida através das Sagradas Escrituras, comparando-a continuamente com os acontecimentos da vida de Jesus; um silêncio impregnado de oração constante, de oração de bênção do Senhor, de adoração da sua santa vontade e de confiança sem reservas na sua providência. Não se exagera, se se pensa que precisamente do “pai” José, Jesus adquiriu no plano humano aquela vigorosa interioridade, que é o pressuposto da justiça autêntica, da “justiça superior”, que um dia Ele ensinará aos seus discípulos (cf. Mt 5, 20).
Deixemo-nos “contagiar” pelo silêncio de São José! Temos tanta necessidade disto, num mundo muitas vezes demasiado ruidoso, que não favorece o recolhimento, nem a escuta da voz de Deus.
Trecho da Alocução para o Ângelus de 18/12/2005 (texto original no site do Vaticano, referenciado pelo site Per Ipsum)