16 de Julho - Festa de Nossa Senhora do Carmo
- Blog Schola Cantorum
- 18 de jul.
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No último 16 de julho, dia tão especial para os Irmãos da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Campos dos Goytacazes e fiéis devotos, celebrou-se nesta igreja a festa de sua padroeira, após o solene novenário, que contou com o canto centenário das jaculatórias "Senhora do Carmo, Mãe dos Carmelitas", ladainhas, homilías em torno do tema central: "Maria, Estrela do Mar" e bençãos do Santíssimo. Acorreram ao templo sacerdores, seminaristas, religiosas, os irmãos terceiros desta venerável ordem e centenas de fiéis todos os dias.
Um fato notório foi o número de confissões atendidas, notado também muitas santas comunhões, prova de que a novena preparatória foi um convite à piedade e, por quê não, um momento propício para conversões? Pecadores todos somos, sendo os Sacramentos remédio para as almas adoecidas no pecado. Quem não se sensibiliza com uma igreja tão bela, com uma pregação e com a adoração a Nosso Senhor no Sacramento da Eucaristia, atos tais testemunhados por uma fé viva e ardente, onde Nossa Senhora é a Mãe que convida a participar e colher os frutos dessa vinha. De fato, Maria é Aquela que é comparada como a "Vinha do Carmelo", avistada numa nuvem do alto do Monte Carmelo, palco de colóquios entre o Profeta Elias e o Senhor, em momentos de intercessão, sendo essa nuvem preconizada na visão de Elias como aquela que seria a futura Mãe do Salvador.
Encerrados os nove dias de preparação, S. Exª. Revmª. Dom Fernando Arêas Rifan, nosso Administrador Apostólico, celebrou a Santa Missa Pontifical em honra de Nossa Senhora do Carmo. Para embelezar a cerimônia, a Santa Missa contou com a participação do Coral Maria Imaculada, da Paróquia da Igreja Principal (Imaculado Coração de Nossa do Rosário de Fátima) Campos dos Goytacazes – RJ. Após a Santa Missa uma bela procissão luminosa percorreu as ruas centrais de Campos. No encerramento uma bela homenagem à Nossa Senhora nos portais da imponente Igreja do Carmo, joia arquitetônica da arte barroca e, certamente o templo mais belo dessa cidade.
Recordemos um pouco da História da Ordem do Carmo
"O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual”. Diz o “Livro das instituições” dos primeiros monges: “Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia para o Carmelo” (cf. 1Rs 18,20-45) os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram uma capela sobre o monte Carmelo, perto da fonte de Elias em honra desta primeira Virgem voltada a Deus. ( citação do Cardeal Piazza, O.C.)
A Ordem do Carmo é essencialmente devotada às práticas eremíticas encontradas no antigo testamento, conforme relatado no Primeiro livro dos Reis, pois Elias foi aquele que reunia-se com outros homens santos, para defender a pureza da fé e vencer um desafio contra os sacerdotes do falso deus Baal. Essa é a razão pela qual os carmelitas veneram Santo Elias como o Pai da Ordem do Carmo, ao ponto de o Brazão Oficial Carmelitano portar a sua espada, e trazer as suas insigneas: “Zelo zelatus sum pro Domino, Deo exercituum”, que explicamos abaixo:
De fato, o episódio em que Santo Elias, após ter passado a noite numa caverna, é visitado por Deus, que lhe pergunta: “Que fazes aqui, Elias?” ele responde com toda veemência "Me consumo de zelo pela causa do Senhor, Deus dos exércitos (I Rs 19, 9). 2 (I Rs 19, 10).
"A índole mariana da Ordem está ainda simbolizada nas doze estrelas que aparecem no brasão, as quais recordam a aparição «duma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e na sua cabeça um coroa de doze estrelas.» (Apocalipse 12,1) Em Maria Mãe de Deus, os Carmelitas encontram a imagem perfeita de tudo aquilo que desejam e anseiam ser.
No decorrer da história da Ordem do Carmo, recorda-se, também, o tempo em que grupos de monges, que se inspiravam no profeta Elias, seguindo a regra de São Basílio, havendo indícios sobre isto, no século XI, quando os Cruzados chegaram ao local, estabelecendo o Monte Carmelo como morada para o seu eremitério.
Por volta de 1154, o nobre francês, Bertoldo, ao chegar à Palestina, com seu primo Aimério de Limoges, Patriarca de Antioquia, retirou-se para a montanha, onde decidiu reunir os eremitas para viver como cenobitas. Os religiosos construíram uma igrejinha, entre suas celas, dedicada à Virgem. Assim, foram chamados Irmãos de Santa Maria do Monte Carmelo. Desta forma, o Carmelo adquiriu seus dois elementos característicos: referência a Elias e união a Maria Santíssima. Ali, segundo a tradição, a Sagrada Família se hospedou ao voltar do Egito.
Após muitos reveses, que culminaram com a perseguição dos cristãos na Terra Santa, os Carmelitas, muito membros das Cruzadas, retornam para suas orígens no Ocidente. Após se estabelerem na Europa com uma das ordens mendicantes (sob o governo de Inocêncio IV), chega-se a um momento em 1215, em São Brocardo, Geral latino do Carmo, cita a fama das virtudes de São Simão Stock. Assim, quis tê-lo como coadjutor na direção da Ordem; em 1226, nomeando-o Vigário-Geral de todas as províncias européias.
São Simão teve que enfrentar uma verdadeira tormenta contra os carmelitas na Europa, suscitada pelo demônio através de homens ditos zelosos pelas leis da Igreja, os quais queriam a todo custo suprimir a Ordem sob vários pretextos. Mas o Sumo Pontífice, mediante uma bula, declarou legítima e conforme aos decretos de Latrão a existência legal da Ordem dos Carmelitas, e a autorizou a continuar suas fundações na Europa.
São Simão participou do Capítulo Geral da Ordem na Terra Santa, em 1237. Em um novo Capítulo, em 1245, foi eleito 6° Prior-Geral dos Carmelitas.
Estando no convento da Ordem, em Aylesford, a Santíssima Virgem lhe apareceu em 16 de julho de 1251, vestida com o hábito dos carmelitas, coroada de estrelas reluzentes e com o Menino Jesus em seus braços. Em suas mãos virginais, segurava um escapulário e o entregou ao Santo, dizendo algumas palavras.
Nesse mesmo dia, São Simão escreveu e entregou ao seu secretário e confessor uma carta dirigida a todos os seus irmãos de hábito, na qual consignava a mensagem que a Virgem Maria lhe comunicou:
“Recebe, meu amado filho, este escapulário de tua Ordem, como sinal distintivo e a marca do privilégio que Eu obtive para ti e todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos e garantia de uma paz e uma proteção especial até o fim dos séculos. (…) Quem morrer revestido deste hábito será preservado do fogo eterno.”
Mais tarde, segundo antiga tradição, a Santíssima Virgem, aparecendo ao Papa João XXII e prometeu livrar do Purgatório, no primeiro sábado após a morte, todos os que portarem devotamente o Escapulário. Este é o chamado “privilégio sabatino”. Para se beneficiar dele é preciso manter a castidade segundo o próprio estado, recitar o Pequeno Ofício da Imaculada ou rezar um terço todos os dias.
Com o tempo a Igreja assumiu o Escapulário e fez dele uma das devoções mais difundidas entre o povo de Deus. Em nossa época cheia de superstições, é preciso esclarecer que o Escapulário não é um sinal “mágico” de salvação. Não é um amuleto que uso nos dispensa das exigências da vida cristã. Não basta, portanto, carregá-lo ao pescoço e dizer: “Estou salvo!”
“Flos Carmeli, vitis florigera, splendor Coeli, Virgo puerpera, singularis! Mater mitis, sed viri nescia, Carmelitis da privilegia, Stella Maris! ”
Confira os Vídeos da Solene Santa Missa da Festa do Carmo
fontes:
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