Salve Festa Dies
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esse período pascal, pode parecer incomum, mas a execução do SALVE FESTA DIES é executado em toda a Igreja Latina, especialmente no Domingo de Páscoa. Essa sequencia é de uma beleza incomparavel, pricipalmente pela simplicidade (sem muitos melismas) e pelo texto poético. A composição atribui-se a Venâncio Fortunato, monge do século VI e, posteriormente, Bispo de Poitiers.
O texto deriva de seu poema "Tempora Florigero", o qual condiz com beleza da estação, resultante da morte do inverno, com a Ressurreição e a vitória sobre a morte. A hinóloga Ruth Ellis Messenger observa que este é o primeiro registro de que se tem notícia, na hinologia cristã, com esse estilo. Além do texto conforme a liturgia páscal – extraído do original – existem variantes anônimas do século XII para a Ascensão e Pentecostes, cada uma terminando com a antífona "Ave, dia festivo" (L., Salve festa dies); também houve variantes produzidas para as festas da Virgem, Corpus Christi, Trindade e Todos os Santos (e para santos específicos).
Foi imediatamente usado como procissão litúrgica, com uma melodia que talvez nunca conheçamos, considerado um exemplo clássico, cantado isoladamente. Até então, os hinos eram, em grande parte, "hinos de ofício" cantados em contexto monástico, isto é, usado em celebrações litúrgicas públicas.
Salve Festa Dies ganhou prestígio como modelo de hinos processionais, sendo o seu uso consolidado em Saint Gall no século X, conforme constam os registro do ritos de Sarum e York. O latim original era um extenso poema de 110 versos, com a estrofe "Salve feste dies toto venerabilis aevo" ("Salve, dia festivo, totalmente venerado por todas as eras") aparecendo no verso 39.
SALVE FESTA DIES
Salve, alegre dia festivo!
Dia abençoado para ser santificado para sempre,
dia em que Cristo ressuscitou,
quebrando o reino da morte.
1 Eis a bela beleza da terra,surgindo da morte do inverno,
toda boa dádiva do ano agora retorna com seu Salvador. [Refrão]
2 Aquele que foi pregado na cruz é Deus e o Senhor de todas as coisas;
todas as coisas criadas na terra adoram o criador de todas as coisas. [Refrão]
3 Em luto, eles te puseram para descansar,o autor da vida e da criação;
trilhando o caminho da morte,a vida agora concedendo a todos. [Refrão]
4 Deus de toda a piedade e poder, que a tua palavra seja garantida aos que duvidam:
a luz retorna ao terceiro dia; levanta-te, Filho de Deus, do túmulo! [Refrão]
A sequência "Salve festa dies" é, sem dúvida um hino de grande beleza e significado, que celebra a ressurreição de Cristo e a vitória sobre a morte. Que saibamos aprecisar essa que é uma das mais antigas e preciosas sequencias litúrgicas, especialmente reservada para o Domingo de Páscoa.
Fonte:
XVII.–Salve festa dies – Ruth Ellis Messenger, Transactions and Proceedings of the American Philological Association, Vol. 78 (1947), pp. 208-222
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