A Esperança - D. Fernando Rifan
- Blog Schola Cantorum
- há 9 horas
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Nesse tempo da Páscoa, fomos entristecidos com o falecimento do Papa Francisco, a quem dedicamos nossas orações ao Pai das Misericórdias. Mas, ao mesmo tempo, ficamos consolados pela esperança cristã da vitória de Cristo e nossa vitória final no céu.
Esse tema da esperança foi exatamente o que o Papa Francisco escolheu para o Jubileu ordinário do ano 2025, na Bula de Proclamação “Spes non confundit”, “A esperança não engana” (Rm 5,5).
“Sob o sinal da esperança, o apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama de vinte e cinco em vinte e cinco anos.
Penso em todos os peregrinos de esperança, que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’ (1 Tm 1, 1)”.
“... A esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: «Se de facto, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida» (Rm 5, 10). E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo”.
“... A esperança forma, juntamente com a fé e a caridade, o tríptico das ‘virtudes teologais’, que exprimem a essência da vida cristã (cf. 1 Cor 13, 13; 1 Ts 1, 3). No dinamismo indivisível das três, a esperança é a virtude que imprime, por assim dizer, a orientação, indicando a direção e a finalidade da existência crente. Por isso, o apóstolo Paulo convida-nos a ser ‘alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração’ (Rm 12, 12)”.
“Então, que será de nós depois da morte? Com Jesus, além deste limiar, há a vida eterna, que consiste na plena comunhão com Deus, na contemplação e participação do seu amor infinito. Tudo o que agora vivemos na esperança, vê-lo-emos então na realidade. A propósito, escreveu Santo Agostinho: ‘Quando me unir a Vós com todo o meu ser, não existirá para mim em lado algum dor e tristeza. A minha vida será uma vida verdadeira, totalmente cheia de Vós’. Então, o que caracterizará tal plenitude de comunhão? O ser feliz. A felicidade é a vocação do ser humano, uma meta que diz respeito a todos”.
O Papa Francisco certamente já deve estar gozando do fruto dessa esperança que ele proclamou, a visão beatífica de Deus, que nos fará felizes para sempre. É o que lhe desejamos com nossas orações: “Et lux perpetua luceat ei”, que a Luz perpétua brilhe para ele. Amém.
D. Fernando Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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