Regina Mundi
- Blog Schola Cantorum
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Regina mundi dignissima, Maria Virgo perpetua, intercede pro nostra pace et salute, quae genuisti Christum Dominum, Salvatorem omnium. Alleluia.
Digníssima Rainha do Mundo, sempre Virgem Maria, intercedei por nossa paz e salvação, vós que gerastes Cristo Nosso Senhor, Salvador de todos.
O nosso artigo inicia-se com o canto "Regina Mundi" que, liturgicamente falando, consta to Proprio da Festa de Santa Maria Rainha (communio), instituída pelo Pio XII. No vídeo acima temos a execução literal da antífona, composição de Henrique Espíndola nas vozes do Coral Maria Imaculada, Paróquia da Igreja Principal de Nossa Administração Apostólica.
Um fato notório: na carta encíclica Ad Caeli Reginam, no dia 11 de outubro do ano de 1954, para ser celebrada no dia 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transmitida como memória para oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora.
Antes de entrar na reflexão sobre a antífona Regina Mundi, dedicamos um tempo dessa publicação para render um tributo àqueles que, com notas e harmonias celestiais, transformam fé em melodia e oração em arte, os nossos compositores. Seu dom transcende o tempo e o espaço, tocando corações, elevando almas e conduzindo-nos ao sagrado por meio da música.
E, dentre os compositores, cada composição de Henrique Espíndola é um altar sonoro, onde o divino se encontra com o humano. Suas obras não apenas encantam os ouvidos, mas também despertam o espírito, reacendem a esperança e fortalecem a comunhão com Deus.
Agradecemos a dedicação do nosso compositor Henrique Espíndola pela ensibilidade e inspiração. Que sua música continue sendo luz nos caminhos da fé, consolo nas horas difíceis e celebração nos momentos de louvor.
Então, ouvir a antífona Regina Mundi nos remete aos primeiros séculos da Igreja, que elevou o povo cristão a orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu, tanto nos momentos de alegria, como também quando se via ameaçado por graves perigos.
Reflexão
A realeza de Maria
Com razão, o povo acreditou fielmente, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E, considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconhece na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas.
Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos veem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que A acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-La não só com o nome de Mãe, e sim com aquele de Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.
Rainha, Maria e Mediadora da paz
A festa possui a finalidade de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus. Para assim, contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos.
Como se tornou uma festa
No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época. O grande impulsor foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei.
Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que, nos anos 1930, em Roma, deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae, para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente esse percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica.
Um mês depois, em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”.
Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados.
Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano. Inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção.
Fontes
Martirológio Romano
Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
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