Um novo Órgão de Tubos
A Paróquia da Igreja Principal do Imaculado Coração de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, sede da nossa Administração Apostólica São João Maria Vianney, tem um novo e grandioso projeto em andamento: a instalação de um órgão de tubos.
Antes de relatarmos como tudo se iniciou, vamos falar um pouco sobre esse instrumento. O órgão de tubos é o instrumento musical por excelência, dadas as suas características acústicas e técnicas. É, sem dúvida, o instrumento ideal para o acompanhamento do coro e embelezamento da liturgia.
A edição eletrônica da Revista Brasil-Europa (Dez-2014), que aborda em forma documentário a história dos órgãos Walker-Mayer fabricados em SP, cita que "o órgão surge como parte integrante do espaço interior de muitas igrejas, completando-as arquitetonicamente". Mas, para a realização desses projetos, exigiram-se extraordinários esforços para se adquirir os recursos - considerando o cenário de um pais sul-americano, como o Brasil. Hoje não é diferente: montar um órgão e mantê-lo funcionando se requer um projeto, pois trata-se de um patrimônio. E esse patrimônio, quem o tem, não quer se desfazer dele.
Assim, o órgão surge em muitos casos e em muitos sentidos como o mais valioso componente do interior de muitas igrejas. A dimensão desse objetivo vai "além de constituir um patrimônio cultural e artístico", pois o órgão documenta as épocas e seus contextos - desde a era pós medieval, passando pelo barroco e renascimento até a era moderna ou contemporânea. o órgão de tubos sobreviveu e deseja permanecer. Mãos e pés de gênios da composição sacra e clássica tocaram esses instrumentos, deixando neles as suas marcas e estilos próprios. É por esse motivo que muitos órgãos de tubos foram transformados em "patrimônio histórico tombado" - uns pela importância arquitetônica, outros pelas obras neles executadas, outros pelo estilo e timbres arrojados - veja Schnitger e Cavallei Coll.
O Santo Padre Emérito Bento XVI, quando em visita à Alemanha, sua terra natal, em Setembro de 2006, oficiou uma cerimônia de bênção do novo órgão da igreja de “Nossa Senhora da Velha Capela”, em Regensburg, dirigindo-se ao clero presente, autoridades locais e fiéis, ressaltou em sua homilia que "tanto a música sacra como o canto “são mais que um embelezamento do culto”, pois “eles mesmos são parte da ação litúrgica”. “A solene música sacra com coro, o órgão, a orquestra e o canto do povo não é um agregado que enfeita ou faz agradável a Liturgia, senão um importante meio de participação ativa no culto”, afirmou o santo padre.
Ao referir-se ao órgão reafirmou que “o órgão de tubos é rei dos instrumentos musicais, porque retoma todos os sons da criação e dá ressonância à plenitude dos sentimentos humanos”, o Pontífice assinalou que este instrumento é capaz de “dar ressonância a todas as experiências da vida humana” e, transcendendo, “a dirige ao divino”, pois suas “múltiplas possibilidades” nos lembram “a imensidão e a magnificência de Deus”.
O best seller "Dibs em busca de si mesmo (baixe aqui o PDF)", de autoria da Dra. Virgínia Axline, retrata a evolução de um tratamento psiquiátrico de uma criança, cujas sessões de terapia se iniciam aos 05 anos e seguem por anos consecutivos. Um dos fatos que mais chamou à atenção da pesquisadora foi quando ela levou o pequeno Dibs ao interior da Catedral de São Patrick em Nova York. Ao ouvir o som do órgão Dibs se assusta, fica pasmo, sem respiração. Como boa observadora, jamais quis interferir no seu comportamento, mas ele não se conteve e exclamou: "Não sabia que Deus era tão imenso"
Esse é o sentimento que quem ouve o órgão de tubos. Partindo de uma criança, em especial, não resta dúvida que o comentário é verdadeiro. O órgão é também um instrumento de cunho artístico, propiciando aos seus admiradores oportunidades para belos concertos, visto que muitas peças foram compostas para esse instrumento, enquanto outras foram inteligentemente adaptadas para o órgão. Por essa razão, o órgão adquiriu, ao longo dos séculos, uma forte índole sacra, sem perder a sua utilidade para a execução da boa música clássica, que não destoe o ambiente sacro do templo.
Voltando ao nosso Steinmeyer, o instrumento foi doado pela Igreja Luterana Kleine Kirche, da cidade de Karlsruhe, na Alemanha. O Rev. Pe. Claudiomar Silva Souza, animado como sempre, tem mantido a sua comunidade informada sobre as etapas de execução do projeto, ainda no planejamento.
O futuro órgão da igreja principal é constituído por 1.326 tubos, que juntos pesam de três toneladas. Este será o primeiro órgão da marca Steinmeyer no Brasil.
Tudo começou com o trabalho do sr. Sérgio Presgrave, partindo do seu conhecimento de que uma igreja na Alemanha estava doando o seu órgão, para aquisição de um mais novo e mais adequado ao tamanho da construção.
Cinco igrejas brasileiras eram candidatas para receber o Steinmeyer. Para atender aos requisitos as igrejas candidatas trabalharam bastante enviando material de fotos e documentos, provando a capacidade e o mérito de serem herdeiras desse patrimônio artístico-cultural.
O órgão a ser doado a uma das igrejas no Brasil era grande demais para aquela comunidade, mas "cabia bem certinho no coro da Igreja Principal", pensaram o padre Claudiomar, os cantores e o povo feliz, ao saber que a sua paróquia foi a igreja escolhida.
O processo de importação teve início do segundo semestre de 2016, Depois de ser liberado pela alfândega e despachado de Hamburgo, Alemanha, só foi enviado para o Brasil e novembro chegou ao porto do Rio de Janeiro no dia 24 de dezembro.
O órgão foi construído há 60 anos pelo organeiro Steinmeyer, uma tradição de família. Os Stenmmeyer se dedicam hoje apenas ao trabalho manutenção.
Como dito acima sobre as múltiplas utilidades do órgão, o Pe. Claudiomar mantém em seu pensamento a utilização do instrumento para a área cultural, tais como concertos e visitas guiadas.
A previsão de execução do projeto vai depender, e muito, das doações. "Tudo isso exige um investimento, e a nossa comunidade sozinha não conseguiria fazer. Então, vamos partir em busca de apoios para poder fazer a grande obra, que será para todo o município e a região" afirmou o padre Claudiomar.
Recentemente aconteceu uma importante reunião para abordagem do projeto, no Instituto dos Canarinhos de Petrópolis, tratando de captação de recursos culturais para a montagem do órgão. Participaram do evento Marco Aurélio Lischt, do Instituto dos Canarinhos de Petrópolis, o organista Sérgio Presgrave, Pe. Claudiomar e Kátia Rossi, Gerente de Projetos.
A Paróquia da Igreja Principal do Imaculado Coração de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, conta a ajuda de benfeitores. Doações podem ser feitas através da conta:
Paróquia Pessoal Imaculado Coração de N. Sra. de Fátima CNPJ 05.517.423/0002-88 Banco do Brasil Agência 3127-5 conta corrente 81.386-9
