Vimos e Viemos
- Blog Schola Cantorum
- 4 de jan. de 2018
- 3 min de leitura

Celebramos neste 6 de Janeiro a festa da EPIFANIA, que apresenta a visita dos Magos ao Menino de Belém. Epifania é uma palavra grega, que significa “Manifestação”. Para os cristãos, epifania é uma manifestação extraordinária de Deus, pela qual ele se revela em fatos da história da salvação…
No Antigo Testamento temos muitas epifanias…
– Essas epifanias eram a preparação da epifania definitiva, cuja festa hoje
celebramos: É a manifestação de Jesus, como “a Luz” que atrai a si todos os povos da terra. Essa “luz” encarnou na história, a fim de iluminar os caminhos dos homens com uma proposta de Salvação. Recordemos o Profeta Isaias que anuncia a chegada da Luz salvadora de Javé, que alegrará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo. (Is 60,1-6) Da mesma forma S. Paulo afirma que a presença salvadora de Deus no meio do povo não se destinará apenas a Jerusalém, mas a todos os povo. (Ef 5,2-3.5-6). É uma síntese do pensamento de Paulo sobre o “Mistério”: O projeto salvador de Deus, definido desde toda a eternidade, escondido durante séculos, revelado e concretizado em Jesus, comunicado aos Apóstolos e dado a conhecer ao mundo pela Igreja.
No Evangelho, vemos a concretização das promessas. (Mt 2,1-12)
Os “Magos”, atentos aos sinais da chegada do Messias, vão ao encontro Jesus, aceitam-no como “Salvação de Deus”. O texto não é uma reportagem da visita de três chefes de estado. É uma Catequese para apresentar Jesus como Salvador de todos os homens.
Belém: aí deveria nascer o Messias, descendente de Davi… Os Magos representam os homens do mundo inteiro, que se põem a caminho de Jerusalém com suas riquezas para encontrar a Luz salvadora de Deus, que brilha sobre a cidade. (1ª L.)
– A Estrela não é um astro no céu, mas Jesus, a Luz que ilumina todos os homens.
Meditemos as ATITUDES dos principais personagens…Os Magos: “Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo…” São “os homens dos sinais”, que sabem ver numa estrela o sinal da chegada da Libertação. Deixam tudo… Não desistem perante o cansaço da longa viagem…Não desanimam com o desaparecimento da estrela, nem com a indiferença dos habitantes de Jerusalém: perseveram até o fim e acabam encontrando o que procuram. Não vão de mãos vazias… Oferecem o que têm de melhor… Os “Magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo e que se prostram diante dele. É imagem da Igreja, essa família de irmãos, constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e o reconhecem como “o Senhor”.
Os Doutores da Lei:
Souberam indicar muito bem o caminho aos magos, mas não foram a Belém…Herodes: Ganancioso, tinha o poder em suas mãos…E uma criança indefesa amedronta esse rei poderoso e sua luxuosa corte….
Duas atitudes vão se repetir ao longo de todo o Evangelho:
– O povo de Israel rejeita Jesus, enquanto que os “magos” do oriente (que são pagãos) O adoram;
– Herodes e Jerusalém “ficam perturbados” e planejam a sua morte, enquanto que os pagãos sentem uma grande alegria e o reconhecem como o seu Senhor.
– Jesus vai ser rejeitado pelo seu povo; mas vai ser acolhido pelos pagãos, que entrarão a fazer parte do novo Povo de Deus.
– Diante de Jesus, as atitudes são diversas:
vão desde a adoração dos “magos” até à rejeição total de Herodes, passando pela indiferença dos sacerdotes e os escribas:
Eles conheciam bem as Escrituras, mas não foram ao encontro do Messias.
Com quem nos identificamos?
– Com os Magos, que se ajoelham:
isto é: reconhecem nele a Luz do Mundo e o seguem por outro caminho.
– Com os sacerdotes e escribas, que ficam indiferentes…
– Com Herodes, que procura apagar essa Luz.
A Lição dos Magos.
– O itinerário dos “magos” reflete o processo dos pagãos para encontrarem Jesus: estão atentos aos sinais (estrela), percebem que Jesus traz a salvação; põem-se decididamente a caminho para o encontrar; perguntam aos judeus, que conhecem as Escrituras, o que fazer; encontram Jesus e o adoram.
A exemplo dos Magos, somos todos peregrinos na fé!…
– ATENTOS aos sinais… e prontos a segui-lo com generosidade?
– PERSEVERANTES, mesmo nos momentos de dificuldades, quando a estrela indicadora parece ter desaparecido, ou próprio Deus parece ter-se esquecido da gente?
– FIÉIS, apesar da maldade dos Herodes da vida, ou da indiferença de tantos católicos, que encontramos ao longo de nossa caminhada para Deus?
– GENEROSOS em oferecer o que de melhor temos, ou nos apresentamos sempre de mãos vazias ?
Temos a certeza de que em nossa caminhada para Deus…
Ele sempre se manifesta a quem o procura de coração sincero?
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa