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Assembleia Geral dos Bispos (por D. Fernando Rifan)


Como sempre, vimos pedir aos nossos fiéis orações especiais pelos seus Bispos, pois é interesse de todos que os seus pastores os guiem bem. Está acontecendo no Santuário Nacional de Aparecida a 59ª Assembleia Geral Ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na qual estou presente com os outros irmãos no episcopado, demonstrando a nossa comunhão eclesial efetiva e afetiva, tratando de assuntos importantes para a Igreja no Brasil.

Durante a Assembleia, os Bispos celebram a Santa Missa, rezam em comum o Ofício Divino, fazem retiro espiritual e tratam de assuntos importantes e necessários à vida da Igreja.


A Assembleia desse ano tem como tema central, entre muitos outros, a reflexão sobre as “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, cujo objetivo geral é anunciar a alegria do evangelho, favorecendo o espírito e o processo sinodal na Conferência Episcopal. Examinamos como tem sido a recepção das atuais Diretrizes em cada Diocese, especialmente em relação às Comunidades Eclesiais Missionárias.


Refletimos também sobre o texto de estudos 114 – “E a Palavra habitou entre nós. Animação Bíblica a partir das comunidades eclesiais missionárias”. Esperamos que por estas reflexões avancemos em nossa Ação Evangelizadora, na perspectiva de uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão.


Além dos temas religiosos, a Assembleia trata de outros assuntos de interesse geral: “A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política... não pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça não poderá firmar-se nem prosperar” (Deus caritas est, n. 28).


Como toda família, a Igreja, divino-humana, tem seus problemas, devidos à sua parte humana. Jesus disse que o “Reino de Deus” aqui na terra, a Igreja, é semelhante a uma rede, com peixes bons e maus, e a um campo com trigo e joio. A depuração será só no fim do mundo.


Essa noção de família é muito importante na eclesiologia. A Igreja é algo objetivo, fundada por Nosso Senhor sobre os Bispos, segundo a sucessão apostólica. A Igreja não é um grupo de amigos. “Na Igreja, eu não procuro meus amigos, eu encontro meus irmãos e minhas irmãs; e os irmãos e as irmãs não se procuram, se encontram. Esta situação de não arbitrariedade da Igreja na qual eu me encontro, que não é uma igreja da minha escolha, mas a Igreja que se me apresenta, é um princípio muito importante. Isto não é minha escolha, como se eu fosse com tal grupo de amigos ou com outro; eu estou na Igreja comum, com os pobres, com os ricos, com as pessoas simpáticas e não simpáticas, com os intelectuais e os analfabetos; eu estou na Igreja que me precede” (Ratzinger, Autour de la Question Liturgique, Fontgombault, 24/7/2001).


Rezemos, pois, para que a Igreja no Brasil seja cada vez mais missionária, presente na sociedade, apontando sempre para Jesus e para a meta final, que é a nossa salvação eterna.


+ Dom Fernando Rifan

Bispo da Administração Apostólica Pessoal

São João Maria Vianney



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