Estudo: Ano Litúrgico
Depois das lições aprendidas do Advento e do Santo Natal, continuamos o Ano Litúrgico, nesse período "per annum" (depois da Epifania). Sendo assim, trazemos aos nossos caros leitores esse pequeno estudo, extraído dos arquivos da nossa Administração Apostólica, conforme a Forma Extraordinária do Rito Romano.
Este tempo entre os ciclos do Natal e da Páscoa, transcorre independentemente da celebração de qualquer mistério da vida de Nosso Senhor. Nele a Santa Igreja, unindo-nos à sua prece e reconhecendo-nos sua doutrina, vai nos inculcando o seu genuíno espírito. O tempo depois da Epifania pode ter de um a seis domingos, o que vai depender da data em que cai a Páscoa. Os domingos que não podem ser celebrados quando a Páscoa cai muito cedo, são transferidos para depois do vigésimo terceiro depois de Pentecostes.
Para começarmos a visualizar o ano litúrgico, o esquema abaixo nos mostra a sua divisão:
I) Ciclo do Natal:
1 - Tempo do Advento2 - Tempo Natalício:2.1 - Tempo do Natal: do Natal ao dia 5 de janeiro2.2 - Tempo da Epifania: da Epifania ao Batismo de Jesus (6 a 13/01)
→ TEMPUS PER ANNUM (depois da Epifania)
II) Ciclo da Páscoa:
1 - Tempo da Septuagésima2 - Tempo Quaresmal:2.1 - Tempo da Quaresma2.2 - Tempo da Paixão (Semana Santa)3 - Tempo Pascal:3.1 - Tempo da Páscoa3.2 - Tempo da Ascensão3.3 - Tempo de Pentecostes: festa e oitava
O PRÓPRIO DO TEMPO OU CICLO TEMPORAL, revela-nos Nosso Senhor no quadro tradicional dos grandes mistérios de nossa santa religião. Simultaneamente, desenvolve-se com este um ciclo secundário, chamado o PRÓPRIO DOS SANTOS ou CICLO SANTORAL, porque é composto das festas de todas as almas santas nas quais já foi completada a obra da redenção.
I. O PRÓPRIO DO TEMPO OU CICLO TEMPORAL
Escrevendo aos romanos (8,29) São Paulo diz que DEUS NOS PREDESTINOU PARA SERMOS CONFORMES À MESMA IMAGEM DE SEU DIVINO FILHO. O objetivo da Igreja no sacrifício da missa é manter-nos em contato estreito com Cristo, fazer-nos semelhantes a Jesus Cristo, nosso modelo e nosso guia. É esta imagem de Cristo, do Filho de Deus, que a Igreja nos apresenta e propõe à nossa imitação através dos Tempos do ano litúrgico. Este círculo ou ciclo divide-se em duas partes: o ciclo do NATAL e o da PÁSCOA, com dois tempos intermediários. Cada um destes ciclos divide-se ainda em tempo antes, durante e depois destas grandes festas que tem por fim preparar a alma para as lutas da vida e dispô-las para celebrar condignamente as festas.
A. CICLO DO NATAL, OU DA ENCARNAÇÃO
O Tempo do ADVENTO (Em latim: Adventus) é composto de quatro semanas, durante as quais, com os patriarcas e profetas, suspiramos pela vinda de Nosso Senhor. O do NATAL coloca-nos diante dos olhos o nascimento do Verbo Encarnado, que nasce em nós pela graça, e a Epifania, ou sua manifestação ao mundo. Os DOMINGOS DEPOIS DA EPIFANIA (de 0 a 5 domingos), recordam-nos a vida oculta de Jesus em Nazaré e revelam-nos a sua divindade.
B. CICLO DA PÁSCOA, OU DA REDENÇÃO
Dependendo da lua pascal, este ciclo começa entre as datas extremas de 18 de janeiro e 22 de fevereiro. Nove semanas, preparam-nos para a grande festa da Páscoa. São divididas em três períodos:
a) O Tempo da SEPTUAGÉSIMA, que durante duas semanas e meia coloca-nos ante os olhos a vida pública de Nosso Senhor e no-la resume;
b) O Tempo da QUARESMA, que começa na quarta-feira de cinzas e nos recorda durante os quarenta dias de penitência o mesmo tempo de jejum que o Senhor fez no deserto e de que nos convida a participar;
c) O Tempo da PAIXÃO, que compreende os dois últimos domingos da Quaresma, e nos apresenta os últimos sofrimentos de Cristo e a sua agonia, para que aprendamos com Ele a morrer e a ressurgir para a vida.
O Tempo PASCAL permite-nos participar da maior de todas as festas, i.e., a festa da Páscoa e sua oitava privilegiada, em que a nossa alma ressuscita com Cristo e o acompanha, durante as cinco semanas seguintes, nos trabalhos da fundação da Igreja, até o dia de sua Ascesão ao céu. A festa e a oitava de Pentecostes encerra este Tempo com a descida do Espírito Santo às nossas almas.
OS DOMINGOS DEPOIS DE PENTECOSTES (23 a 28 domingos),
Mostram-nos os frutos de santidade que o Espírito Santo e os Santos Sacramentos desenvolvem na Igreja e em seus santos até o fim do mundo. Este último acontecimento é posto diante de nossos olhos no último domingo de Pentecostes. A festa da Páscoa, que constitui o centro do ano eclesiástico, é sempre celebrada no domingo seguinte ao plenilúnio de março, i.e., o domingo que segue à primeira lua cheia depois de 21 de março. Daí uma variação de data que pode estender-se de 22 de março a 25 de abril.
Na próxima postagem falaremos do "Próprio dos Santos", "Rubricas" e sobre as Festas e suas classes.
Fonte: Administração Apostólica (Site Oficial) e MISSAL QUOTIDIANO DOS FIÉIS por Dom Gaspar Lefebvre e os Beneditinos da Abadia de S. André. BIBLIA Bruges, Bélgica. 1962
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