Festa da Santíssima Trindade
Música: Una, Santa Trinita - Mons. Marco Frisina
Domingo de 1ª Classe- Missa Própria
A festa de hoje é uma justa homenagem à SSma. Trindade, uma ação de graças ao Pai e à Sabedoria de Deus e ao Divino Amor, o qual durante o Ano eclesiástico se manifestou de um modo tão admirável na obra da Redenção. Por este motivo se celebra esta solenidade no final da primeira parte do Ano eclesiástico. Não somente neste dia como também em todas as Missas. Devemo-nos lembrar de render graças à SSma. Trindade. Sejam nossos cânticos de louvor o prelúdio do cântico perene: Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos, que os Eleitos em união com os Serafins cantam cheios de profunda reverência à Majestade de Deus.
A glória da SSma. Trindade é oferecido o Santo Sacrifício. Unamo-nos à imolação da Vítima imaculada. Notemos na Santa Missa o Glória Patri, o Glória in excelsis Deo, o final das Orações, o Credo, o Súscipe, Sancta Trinitas, o Prefácio e o Pláceat tibi, Sancta Trinitas. [1]
A Santíssima Trindade Habita em nossa alma como habita no Templo
“Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito” (João 3,16-18).
Celebramos, hoje, com toda a Igreja, este mistério central da nossa fé, que é a Santíssima Trindade. A fonte de todos os dons, esse mistério inefável da vida íntima de Deus.
Ao longo da história da salvação, Deus foi manifestando aos homens a Sua realidade íntima. Aos poucos, Deus foi nos revelando como Ele é em si, independente de todas as coisas criadas. Embora toda a criação relacione-se com Deus, ou seja, leve essa marca do seu Criador, o ser de Deus é distinto de toda a Sua criação, é distinto do mundo. E o modo como o Criador se relaciona com a criação, nos ensina de diversas formas que Ele, incriado, não houve um princípio nem haverá um fim. Ele não está limitado a um espaço nem há um tempo; Ele é imenso, é eterno. Ele não conhece limites, é o onipotente, o Todo-poderoso.
Pelo Antigo Testamento, temos a compreensão da grandeza do Deus único, Criador e Senhor de todo o universo. E, ao mesmo tempo, que Ele é soberano, grande e onipotente, também podemos conhecer a Sua ternura; um Deus que é terno, que é zeloso, que cuida do Seu povo como um pastor que cuida das suas ovelhas; cuida e perdoa as infidelidades do Seu povo.
Mas é em Jesus Cristo que a identidade de Deus é manifestada com mais profundidade. Jesus nos revela a intimidade do mistério trinitário. Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar. Jesus Cristo é o amor do Pai revelado a nós, o amor do Pai que quer a nossa salvação. Por isso, Ele nos enviou o Filho, para que, acreditando no Filho, sejamos salvos por Ele.
O Cristo não só nos deu a conhecer o Pai, mas também em Cristo temos a revelação da existência do Espírito. Ele que, junto com o Pai, nos dá o Seu Espírito sem medidas. O Pai e o Filho enviam o Espírito à Igreja para a santificar até o fim dos tempos, revelando-nos assim a perfeitíssima unidade de vida entre as pessoas divinas.
Por isso, meus irmãos, compreender a Santíssima Trindade é algo grandioso demais para a nossa razão tão limitada. Contudo, mesmo sendo esse mistério grandioso, a Santíssima Trindade habita na nossa alma como habita no templo.
Somos templos da Santíssima Trindade, você é tempo da Santíssima Trindade. São Paulo, em uma de suas cartas, vai dizer que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. E é aí, na intimidade da nossa alma, que nós precisamos cultivar esse relacionamento com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo.
Fontes:
[1] Festa da Santíssima Trindade - Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)
[2] Homilia - Solenidade da Santíssima Trindade - Padre Bruno Antonio
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