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História do hino "Ó Face Amortecida"


O tradicional hino "Ó Face Amortecida" (Ó fronte ensangüentada - na versão Luterana”) tem sua origem no longo poema medieval em latim “Salve mundi salutare” (Também conhecido como Rhythmica oratio). O poema foi historicamente atribuído a S. Bernardo de Claraval (1091-1153), pois eles são coerentes com a sua espiritualidade. No entanto, ultimamente tem-se pensado ser mais provável a autoria do poeta e monge cisterciense Arnulfo de Lovaina (c. 1200–1250).

Os sete cantos do pema "Salve Mundi Salutare” são uma meditação sobre os vários membros de Cristo pendurado na cruz: Ad Pedes, Ad Génova, Ad Manus, Ad Latus, Ad Pectus, Ad Cor, Ad Faciem (Para os pés, joelhos , mãos, lado, peito, coração, e fronte). “Ó fronte ensanguentada” é baseado apenas no sétimo canto deste poema, no “Ad Faciem”, que originalmente inicia com as palavras “Salve caput cruentatum”, exaltando a fronte de Cristo coroada de espinhos.


A primeira associação dessa melodia com um texto sacro foi na sua junção em 1613 com o texto funeral de Christoph Knoll “Herzlich tut mich verlangen” (daí o nome da melodia). Ela era originalmente uma canção de cortejo publicada por por Hans Leo Hassler em seu “Lustgarten neuer teutscher Gesäng” (1601). Johann Sebastian Bach arranjou a melodia e utilizou cinco estrofes do hino em sua “Paixão Segundo São Mateus”, a estrofe 6 em sua cantata “Sehet, wir gehn hinauf gen Jerusalem” (BWV 159). Bach também usou a melodia em palavras diferentes em seu Oratório de Natal. Franz Liszt incluiu um arranjo desse hino na sexto estação de sua “Via Crucis” (S.504a). Vale lembrar também que os sete cantos de “Salve mundi salutare” foram usados para o texto de Dieterich Buxtehude (c. 1637-39 - 1707) sobre os diferentes partes do corpo crucificado de Cristo, intitulado “Membra Jesu nostri patientis sanctissima” (BuxWV 75). Ó face amortecida de funerária cor, o ver-Vos tão sem vida, traduz imensa dor. Ó face iluminada outrora de fulgor, agora verberada qual fenecida flor!


Horrendas crueldades, puderam Vos fazer, à vossa majestade, que aos Anjos fez tremer. Oh! Quanto está desfeito, quem pode conhecer o rosto mais perfeito que nos foi dado ver! Dos céus ó formosura, fui eu que Vos traí! Buscando-Vos tortura, mil vezes Vos feri!


Ó fronte veneranda, de espinhos Vos cingi. Ingratidão nefanda! Oh! Quanto me perdi! Sois Vós minha esperança, onipotente Rei! A Vós com segurança, contrito me voltei!


Da minha vil fraqueza, Senhor, me defendei! Minh'alma sempre preza ao Vosso amor trazei!


Autoria: Rev.Josemar da Silva A. Bonhos


Nota do Administrador: para fins didáticos foi utilizada a letra da versão católica: "Ó Face Amortecida".

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1 Comment

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Guest
Jul 19
Rated 5 out of 5 stars.

Obrigado, pelo post! história interessantíssima dessa linda música!

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