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Meditação para a Quinta-Feira Santa






Feria-Quinta in Coena Domini, isto é, Quinta-feira da ceia do Senhor, eis como a Liturgia designa o dia de hoje. Este nome nos indica o grande acontecimento que a santa Igreja comemora: a instituição do Sacrifício e Sacramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem.


Como no domingo de Ramos, reunimo-nos em S . João de Latrão, Mãe de todas as igrejas de Roma e do Universo, a mais nobre e mais antiga basílica, catedral do supremo Pastor da Igreja. Nela se conserva e venera ainda hoje a mesa em que o divino Salvador celebrou a última Ceia. O altar de nossa igreja é uma continuação daquela venerável mesa.


A Missa é festiva, com os paramentos brancos. Canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente os sinos, que depois emudecem até o Glória na Missa da Vigília Pascal.


Poucas passagens há, no ano eclesiástico, tão impressionantes e comovedoras para o coração do crente, quanto esta Missa; em que se mesclam alegria imensa e profunda tristeza.


 

Nesta quinta-feira santa, chegamos ao início do Tríduo Pascal, esses três dias fundamentais e importantes para nossa fé católica, cristã.


O primeiro dia do Tríduo Pascal, Quinta-feira Santa, é marcada pela celebração da instituição da Eucaristia e do lava-pés, onde também o Senhor institui o mandamento novo: o Mandamento do Amor.

Aqui poderíamos, no primeiro momento, nos perguntar: “Padre, é preceito? Sou obrigado a ir às celebrações da Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Sábado Santo?”


A verdade é que não é um preceito, mas é um ato de amor. É um ato de piedade. Nós queremos caminhar com Nosso Senhor todos os passos, em todos os momentos do Seu caminho: da cruz para a ressurreição.


É importante para nós, católicos, vivermos estes momentos de fé, de liturgia, onde nós iniciamos na quinta-feira com o sinal da cruz e vamos terminar somente no Sábado Santo com o sinal da cruz, no final da Santa Missa. É uma única celebração em três momentos.


Quinta-feira Santa: o início do Tríduo Pascal


Neste primeiro dia, — por isso, sempre após as 18h — porque no Oriente, quando o sol se põe e a primeira estrela aparece no céu, inicia-se um novo dia. Isso aqui é muito bonito, porque, olhando por esta visão, a Quinta-feira Santa vem a ser o primeiro dia do Tríduo Pascal. Ou seja, o Senhor celebra a Eucaristia neste dia e no mesmo dia Ele é crucificado, porque Ele foi crucificado às 15h da tarde.


O segundo dia só inicia depois das 18h. Isso tem um dado profundo de espiritualidade para dizer que aquele sacrifício que ele fez na Última Ceia é o mesmo sacrifício da cruz. Está unido.


Por isso que a Igreja, nesses mais de 2 mil anos, perpetua o memorial da Paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor. Não é uma lembrança, não é um relembrar. É fazer memória e atualizar. Como diz aquele grande bispo, Fulton Sheen, “é pegar a cruz do Calvário e cravar aqui, aqui, nesta Igreja Auxiliadora, aí na tua Igreja, a cruz de Cristo. É viver o Calvário por aquilo que ele pode nos dar: a ressurreição.


A instituição da Eucaristia na Quinta-feira santa


Nós celebramos a instituição da Eucaristia, a união de grãos que formam o pão e a unidade de uvas que formam o vinho. O Senhor quis se fazer isso, se utilizar destes dois elementos, porque era a comida do povo judeu e o que eles mais consumiam. Vinho e pão saciam a fome e a sede do homem. Mas, ao mesmo tempo, esta unidade de grãos e de uvas para representar a nossa “catolicidade”, o ser católico.

Veja que volto ao ponto de que o que nós celebramos hoje é o que também celebramos na cruz. Afinal, o que padre faz na hora da consagração? O padre consagra, de forma separada, pão e vinho, Corpo e Sangue.


Por quê? Porque a separação do sangue do corpo simboliza a morte de Cristo. E a consagração é justamente isto: é a cruz é o Calvário. Por isso que o lava pés, este outro momento da celebração da Quinta feira-Santa, está unido a este mistério também do aniquilamento, do rebaixamento de Nosso Senhor aos homens.


Não é um ato social, não é um ato de solidariedade — como muitos pensam ou dizem por aí. É um ato profundo de amor, onde o próprio Deus se abaixa à nossa miséria, à nossa pequenez. Não tem nojo de nós. Ele não se espanta. Ele não se escandaliza da nossa miséria, mas nos lava os pés, como o fez Maria de Betânia, lá na Segunda-feira Santa.


Queremos viver todos os mistérios desta celebração: Eucaristia, o lava-pés e o Mandamento do Amor, recordando também a instituição do sacerdócio.


Aqui vale a pena também dizer isto: tudo gira em torno do sacrifício. O próprio Cristo é o sacerdote, o altar e a vítima. O que é o padre? O que é o sacerdote, senão também isto: o altar, a vítima — porque se doa junto com Cristo, in persona Christi —, mas ao mesmo tempo, oferta a si mesmo ao Pai.


Conclusão


Queremos celebrar dignamente esta Quinta-Feira Santa por amor, por amor.


Se você ama Nosso Senhor, se você ama ser católico, você vai viver. Você vai se esforçar, mesmo que talvez chegue um pouquinho atrasado na celebração por causa do trabalho.


Nós iremos nos esforçar para caminhar com Jesus para a cruz, e da cruz para a ressurreição.

Uma boa celebração de Quinta-feira Santa, um bom início de Tríduo Pascal.

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