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O Triunfo de Maria

Dom Fernando Arêas Rifan Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney


Celebramos hoje e no domingo próximo a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ou seja, a verdade de fé, baseada na Tradição, que ensina que Jesus, querendo honrar a sua Mãe, especialmente aquele corpo onde foi formada a sua humanidade, levou Nossa Senhora de corpo e alma para o Céu, antecipando assim, por especialíssimo privilégio, o destino reservado a todos os justos com a vitória sobre a morte e a ressurreição da carne: “Quando este ser mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da Escritura: ‘A morte foi tragada pela vitória; onde está, ó morte, a tua vitória?” (1 Cor 15, 54-55). Jesus, como bom filho, glorificando a sua Mãe, antecipa o ponto culminante da condição escatológica da Igreja: “Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1).

Há 16 anos atrás, numa festa da Assunção de Nossa Senhora que, naquele ano de 2002 se festejou no domingo, dia 18 de agosto, eu recebia a ordenação episcopal, oficiada pelo saudoso Cardeal Dom Darío Castrillón Hoyos, prefeito da Sagrada Congregação para o Clero. A ele e a todos os que cooperaram para que esse dia acontecesse minha imorredoura gratidão. Faço menção especial dos saudosos Dom Antônio de Castro Mayer, o Bispo que me ordenou sacerdote, Dom Carlos Alberto Navarro, que muito ajudou na resolução do impasse na Diocese de Campos, e Dom Licínio Rangel, meu antecessor e sustentáculo.

A Sagração de um Bispo é algo da maior importância na Igreja. Trata-se da perpetuação da sucessão apostólica, pois o Bispo é sucessor dos Apóstolos, sobre os quais Jesus Cristo instituiu a sua Igreja, com a missão de ensinar, santificar e governar, em união com a pedra fundamental, Pedro.

As orações da cerimônia demonstram a sublimidade e a seriedade do ministério episcopal. Assim reza o hino consecratório: “Seja ele (o Bispo) cheio de firmeza na Fé, de pureza na Caridade, de sinceridade na Paz!… Que ao falar e ao pregar, não use os processos de persuasão da sabedoria humana, mas o esplendor do Espírito e da força de Deus! Dá-lhe, Senhor, as chaves do Reino do Céu, não para que se envaideça deste poder que lhe conferes, mas a fim de que o use para edificar e não para destruir: que tudo o que ele tiver ligado na terra seja ligado no céu; e que tudo o que ele tiver desligado na terra seja desligado no céu; que os pecados sejam retidos a quem os retiver, e aqueles a quem perdoar, também perdoes!… Que ele não ponha a luz em lugar das trevas, nem as trevas em lugar da luz; que ele não chame o mal de bem, nem o bem de mal!…”

E, em defesa e proteção do Bispo, há, no Ritual, uma advertência aos maledicentes: “Quem falar mal dele seja amaldiçoado; quem dele disser bem seja cumulado de bênçãos!”

Que Deus me faça fiel a essa difícil missão, para a qual conto com o apoio e as orações de todos. “Ecce venio”: “eis que venho para fazer a vossa vontade” (Hb 10,9).

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