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Ó FACE AMORTECIDA - História e Espiritualidade


Ó Face Amortecida - Meninas do Canarinhos de Petrópolis - 2020


O tradicional hino "Ó Face Amortecida" (Ó fronte ensangüentada - na versão Luterana”) tem sua origem no longo poema medieval em latim “Salve mundi salutare” (Também conhecido como Rhythmica oratio).


O poema foi historicamente atribuído a São Bernardo de Claraval (1091-1153), pois ele é coerente com a sua espiritualidade. Outros referenciam, também, uma versão do poeta e monge cisterciense Arnulfo de Lovaina (c. 1200–1250). Os sete cantos do Poema "Salve Mundi Salutare” nos conduzem à uma meditação sobre os vários membros de Cristo pendurado na cruz: Ad Pedes, Ad Génova, Ad Manus, Ad Latus, Ad Pectus, Ad Cor, Ad Faciem ( Pés, Joelhos, Mãos, Lado, Peito, Coração, e Fronte Sacrossanta).


Ó Fronte Ensanguentada” é baseado apenas no sétimo canto deste poema, no “Ad Faciem”, que originalmente inicia com as palavras “Salve caput cruentatum”, exaltando a fronte de Cristo coroada de espinhos. A primeira associação dessa melodia com um texto sacro foi na sua junção em 1613 com o texto funeral de Christoph Knoll “Herzlich tut mich verlangen” (daí o nome da melodia). Ela era originalmente uma canção de cortejo publicada por por Hans Leo Hassler em seu “Lustgarten neuer teutscher Gesäng” (1601).


Johann Sebastian Bach arranjou a melodia e utilizou cinco estrofes do hino em sua “Paixão Segundo São Mateus”, a estrofe 6 em sua Cantata Sehet, wir gehn hinauf gen Jerusalem (BWV 159). Bach também usou a melodia em palavras diferentes em seu Oratório de Natal. Franz Liszt incluiu um arranjo desse hino na sexto estação de sua “Via Crucis” (S.504a).


Vale lembrar também que os sete cantos de “Salve mundi salutare” foram usados para o texto de Dieterich Buxtehude (c. 1637-39 - 1707) sobre os diferentes partes do corpo crucificado de Cristo, intitulado “Membra Jesu nostri patientis sanctissima” (BuxWV 75).


Ó Face Amortecida


Ó face amortecida de funerária cor,

o ver-Vos tão sem vida, traduz imensa dor.

Ó face iluminada outrora de fulgor,

agora verberada qual fenecida flor! Horrendas crueldades, puderam Vos fazer,

à vossa majestade, que aos Anjos fez tremer.

Oh! Quanto está desfeito, quem pode conhecer

o rosto mais perfeito que nos foi dado ver!


Dos céus ó formosura, fui eu que Vos traí!

Buscando-Vos tortura, mil vezes Vos feri! Ó fronte veneranda, de espinhos Vos cingi.

Ingratidão nefanda! Oh! Quanto me perdi!


Sois Vós minha esperança, onipotente Rei!

A Vós com segurança, contrito me voltei! Da minha vil fraqueza, Senhor, me defendei!

Minh'alma sempre preza ao Vosso amor trazei!

Autoria: Rev.Josemar da Silva A. Bonhos Nota do Administrador: para fins didáticos foi utilizada a letra da versão católica: "Ó Face Amortecida".

Para aproveitamento espiritual dos cantores e músicos


Ó Face Ensanguenta - Schola Cantorum Pateo do Collegio - São Paulo


"Quando ofendemos a Deus e não nos colocamos à disposição para reparar minimamente tal ofensa, estamos agindo como ingratos que soberbamente se colocam acima de Deus."


Para que isso não ocorra, reflete Pe. Paulo Ricardo, "devemos nos portar como a pecadora arrependida que, chorando aos pés de Jesus, muito amou porque muito lhe foi perdoado. Essa é a atitude amorosa de quem quer reparar as faltas cometidas. E Jesus permitiu que ela fizesse isso, assim como permite a cada um de nós, justamente porque os atos de reparação são, para nós, uma fonte de crescimento espiritual."


"Além do sentido da reparação, precisamos compreender que o rosto é a nossa identidade, aquilo que nos distingue dos demais. Podemos dizer que a Beata Maria Pierina viveu numa época agraciada em que já se tinha acesso às imagens do rosto de Jesus no Santo Sudário — através do negativo de uma foto tirada pelo fotógrafo Secondo Pia, em 1898 — e, assim, era possível contemplar de forma mais concreta a própria pessoa do Cristo Crucificado."


"A essência da devoção à Sagrada Face é fazer aquilo que Santa Teresa tantas vezes queria fazer, ao meditar o sofrimento de Jesus no horto das Oliveiras: enxugar o sangue de seu rosto e consolá-lo. Essa também é a essência da história de Santa Verônica [1], cujo gesto amoroso consolou Nosso Senhor enquanto Ele estava sendo massacrado por seus algozes. Embora o gesto de Verônica pareça tão simples e insignificante, é marcado por um amor que, teológica e divinamente, é maior do que o ódio dos seus algozes, pois provém da graça de Deus."

Autoria: Padre Paulo Ricardo





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